Se toda a água da Terra coubesse em um balde de 10 litros, a água doce disponível chegaria a apenas 13 gotas.
Você sabia que 97,5% da água do planeta Terra é salgada? Apesar de ser
comum dizer que a Terra é o planeta água, apenas 2,5% desse recurso na
Terra é doce – ou seja, pode ser usado para consumo próprio. Além disso,
a maior parte dela está aprisionada em aquíferos subterrâneos e
geleiras. Só 0,26% da água doce da Terra está em lagos, reservatórios e
bacias hidrográficas, mais acessíveis ao homem e a atividades
econômicas. Isso significa dizer que apenas 0,0065% da água na Terra é
água doce disponível. Em resumo: se toda a água da Terra coubesse em um balde de 10 litros, a água doce disponível chegaria a apenas 13 gotas.
Além disso, o consumo dessas 13 gotas vem crescendo mais que o número
de habitantes: no último século, a população mundial aumentou 3,6 vezes
(de 1,65 bilhão para 6 bilhões de pessoas), mas o consumo de água
cresceu dez vezes (de 500 km³ por ano para aproximadamente 5.000 km³ por
ano).
Esta é uma das razões pelas quais a ONU indicou 2013 como o Ano Internacional da Cooperação pela Água.
E quais são alguns dos problemas relacionados à água, criados pelo o atual modelo de produção e consumo?
Concentração e dificuldade de acesso. O problema de
disponibilidade de água quase nada tem a ver com escassez. Um exemplo é a
Indonésia, um dos seis países com mais disponibilidade de água no
mundo, onde o volume é superior a 13 mil metros cúbicos de água por
pessoa, mas um quarto da população não tem acesso à água potável. No
Brasil, as regiões Norte e Nordeste são as que mais sofrem. Apesar de a
Amazônia concentrar 81% do potencial hídrico do país, no Norte menos de
14% da população urbana é atendida por sistemas de abastecimento
satisfatórios. No Nordeste, apenas 18% da população tem acesso
satisfatório à água. e a região ainda concentra os maiores problemas do
país em relação à disponibilidade de mananciais, por causa da escassez
de chuvas.
Poluição. Segundo a ONU, a poluição é hoje a principal
causa da redução dos volumes de água adequada para o consumo, com
sérios impactos na vida de cada um, na saúde, nos custos públicos e no
meio ambiente. Resíduos industriais e agrícolas e esgoto doméstico sem
tratamento são as principais causas da poluição de mananciais.
Desperdício e uso em excesso. Nas cidades brasileiras,
o maior desperdício se revela nas chamadas “perdas na rede”. É água que
sai limpa, tratada e cara da distribuidora, mas que não chega às
pessoas, perdendo-se pelas tubulações velhas ou sem manutenção das
empresas ou em instalações clandestinas, os chamados “gatos”. Em média,
37% da água é perdida – um a cada três litros. Bastaria que as
concessionárias de água cuidassem de suas redes para reverter esse
quadro. Além das perdas na rede, os maus hábitos de uso da água também
contribuem para o cenário preocupante: “varrer” a calçada com a
mangueira, tomar banhos demorados, descuidar de torneiras com defeito
são alguns deles. Mais do que matar a sede, cozinhar, limpar e se
limpar, as pessoas “bebem” muita Água Virtual,
que é aquela embutida no processo de produção de produtos e serviços.
No Brasil e em média no mundo, agricultura, pecuária e indústria
consomem nove em cada dez litros produzidos. Da água destinada à
agricultura brasileira, apenas 40% é efetivamente usada.
Aumento do custo. Os problemas anteriores levam ao
aumento do custo da água tratada. Quanto mais água se consome, se perde,
se desperdiça ou se polui, mais será gasto para buscar em novas fontes –
em geral, mais distantes – e para tornar potável volumes crescentes de
água nas estações de tratamento, volumes que serão desperdiçados e
poluídos.
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