A partir do momento em que você monta um Meliponario, além da rotina natural dedicada à ela, temos um outro fator que também deve ser levado em conta: os inimigos naturais dos Meliponineos
Como todo animal, os meliponíneos também possuem seus inimigos
naturais. Nas matas, o
equilíbrio ecológico encarrega-se de assegurar a convivência
das abelhas com seus inimigos. No entanto, em um meliponário temos uma grande concentração de
colônias e abelhas que não se observa na natureza. Isso atrai vários dos seus inimigos naturais
satisfeitos por encontrar tão próximo tanto alimento em potencial. Os principais inimigos que
o meliponicultor deve controlar são:
forídeos
formigas
lagartixas ou calangos
abelhas saqueadoras
Forideos:
Os forídeos são pequenos dipteros (moscas) que entram nas
colmeias em busca dos potes de pólen para pôr seus ovos. As larvas desenvolvem-se rapidamente e ao
tornarem-se adultas reinfestam as colônias. A medida que a infestação progride, os forídeos
passam também a atacar as larvas mais jovens das abelhas, enfraquecendo continuamente a colônia.
Famílias podem ser completamente exterminadas por forídeos. O controle é feito por
acompanhamento constante dos enxames e uso de iscas de pólen em armadilhas para atrair e eliminar os adultos.
Qualquer recipiente com um pequeno furo e pólen fresco dentro, de modo que o adulto entre e não
possa mais sair funciona bem.
Formigas:
As formigas podem ser evitadas usando protetores com água ou
óleo queimado nos suportes das colmeias. Também pode-se usar algodão embebido em óleo queimado
ou graxa, mas em todos os casos é preciso um acompanhamento constante pois as formigas
são muito organizadas e eficientes para superar obstáculos. Além disso, a água e o óleo queimado
precisam ser repostos com frequência.
Lagartixas ou calangos:
As lagartixas ou calangos costumam aproximarem-se da entrada da
colmeia e comer todas as operárias que tentam entrar de volta na colmeia. Podem
enfraquecer sensivelmente a colônia, mas são facilmente controladas com o uso de funis de plástico feitos
com a parte superior de garrafas plásticas de refrigerantes que impedem sua aproximação da
entrada da colmeia.
Abelhas saqueadoras:
As abelhas saqueadoras, sejam elas parasitas como a Limão ou
Iratim (Lestrimellita limao) ou oportunistas como a Irapuá ou Arapuá (Trigona Spinipes) ou a
Sanharão (Trigona truculenta), podem constituir um sério problema nos meliponários. A primeira
espécie é parasita obrigatória de outras abelhas e pode atacar a qualquer época do ano matando
boa parte das abelhas e saqueando ( pilhando ) seu alimento e material de construção do ninho. As outras duas
espécies ( Irapuá e Sanharão ), são oportunistas e atacam quando há escassez de
alimento no campo, as colônias estão fracas ou o meliponicultor deixa as colmeias mal fechadas e/ou meladas com mel. Essas espécies
citadas não são criadas em meliponários e a melhor maneira de controlá-las é eliminando as
suas colônias que estão atacando o meliponário. Vale a pena ressaltar que nenhuma dessas
espécies está ameaçada de extinção.
CURIOSIDADES
Todas as abelhas fêmeas adultas possuem ferrão. Mesmo as
espécies denominadas popularmente de "abelhas sem ferrão", na verdade possuem ferrão,
apenas este é atrofiado o que impede a abelha de ferroar. O ferrão das abelhas é na verdade um ovopositor
(tubo para postura de ovos) modificado que perdeu sua função original e passou a ser
utilizado pelas abelhas na sua própria defesa e do ninho.
Enquanto a grande maioria das espécies de meliponíneos
transporta o pólen que coleta das flores em estruturas (corbículas) localizadas nas patas traseiras e
próprias para essa função, as poucas espécies de meliponíneos parasitas não possuem corbícula e
carregam o pólen que roubam de outras colônias no papo sob forma pastosa.